Foto: Ricardo Stuckert / PB | Jornal JB

 

Todos acompanham a luta do Vice-Presidente da República José Alencar. Do fundo da sua tragédia, ele ainda consegue reunir forças para iluminar e inspirar a alma nacional enfrentando com  exemplar dignidade as contingências do seu infortúnio sem jamais perder a serenidade  dos que andam pelo vale da sombra da morte sem temer mal algum.

Nessas horas incertas e sombrias, ele não se permite outra alternativa senão a luta sem tréguas para cumprir com grandeza a sua missão. É a lição tão bela de que a serviço da pátria a vida é o que menos conta.

No sábado, dia 17/10, foi seu aniversário. Completou 78 anos de idade. Seria apenas mais um dia para quem ao longo da vida fez do trabalho sua forma de servir a Deus e da irrepreensível honradez a homenagem diária que presta com reverência e amor ao seu pai inesquecível, que do altar do exemplo, lhe ensinou em frase tão singela mas de imorredoura sabedoria, meu filho o mais importante na vida é poder voltar.

Acordou, como sempre, bem cedo, pijama de malha, camiseta de algodão e como bom mineiro, sem deixar pista, de que era o aniversário do grande empresário do setor têxtil, dos maiores do mundo.
E foi ainda de pijama que com surpresa recebeu à porta do Jaburu a visita do Presidente Lula e Dona Marisa que, com gratidão e afeto, vieram cumprimentar o companheiro Zé Alencar, o amigo de todos, o servidor do povo, o líder excepcional e humilde, cuja vida tecida no trabalho, no estudo e na bondade é hoje um monumento à altura da dignidade e da honradez da nossa gente sofrida e valente.

Mas não vieram sós. Estavam acompanhados da banda presidencial que, no exato momento em que Alencar abriu a porta, executou o tradicional “Parabéns prá você, nesta data querida…..”
Era o Brasil representado, que, nos acordes da canção,  prestava justa e sincera homenagem ao filho querido que pelo caminho da vida sonhou, lutou e sofreu, e nos últimos anos, em meio as suas mais duras angústias, não apostatou um milímetro da missão de fazer da sua existência  um instrumento a serviço do sagrado interesse da Pátria.

Ali estavam juntos dois amigos que não temem o povo. Que vão ao seu encontro de olhar erguido e de consciência tranquila. Que nasceram para o glorioso destino de lançar sólidos alicerces para a nacionalidade que todos almejamos, seja culta, rica e poderosa, mas também justa e humana. Foi com eles que percebemos a aurora em plena noite. Que combater a inflação e promover a distribuição de renda não eram posições incompatíveis. Que era possível um Brasil com mais oportunidades, melhores empregos, livre dos juros altos, terrível golpe da usura e da rapinagem de uma ganância solta e insaciável.

Neles não se vê a escuridão do ódio, da intolerância e do medo. Vivemos sete anos de prática ilesa da democracia, legislativo intocável na sua majestade, judiciário soberano e acatado, imprensa livre e o vertiginoso processo de transformações sociais que empolgam a nação, protegida dos riscos das aventuras fascinantes dos planos econômicos mirabolantes. Não há uso nem abuso do poder. Ao contrário, o que se vê neles, é a decisão inegociável de se engrandecer servindo ao povo com idealismo e renúncia.

Antes, na balança comercial, imperava, imponente e soberano, sua majestade o déficit. Hoje, nossas reservas ultrapassam 200 bilhões de dólares.

Esses brasileiros de origem tão humilde, que vindo de localidades distintas e distantes, ainda assim são afluentes de um mesmo rio, são pontas de um mesmo fio, e me seja permitido divagar, como aquele de uma teia tecida por uma dessas aranhas costureiras, inexpressiva e anônima, perdida na amplidão das nossas matas, mas cujo fio, proporcionalmente, tem mais resistência que o aço.

Trouxeram ao Brasil um prestígio internacional que nunca tivemos. Despertaram a alma brasileira – inconformada e democrática – para que rompesse a reclusão dos estigmas de inferioridade e buscasse no seu talento e no inesgotável potencial da nossa terra os recursos necessários ao êxito e os unisse à fé em Deus e na justiça, para prosseguir com perseverança e mudar o destino e construir na força dos nossos ideais a Pátria dos nossos sonhos.

O povo brasileiro se viu refletido nos seus líderes e respondeu à altura. Seria fastidioso mencionar aqui as monumentais realizações dessa dupla de brasileiros insígnes. Fastidioso e inútil, porque já estão gravadas para sempre na gratidão nacional e no olhar de esperança com o qual um desses quase 500 mil jovens universitários do pró-uni observa hoje os horizontes infinitos do futuro do Brasil.

Parodiando o vate andaluz, tardará muito a surgir outra dupla como essa.

A pedido do presidente Lula, a banda presidencial executou em seguida:  Amigos Para Sempre. Mais não se podia dizer. Mais não se podia fazer.

Foi uma homenagem singela mas de emocionante beleza. Um momento a ser lembrado. Dois grandes amigos que se tornaram ainda mais amigos por serem acima de tudo amigos do povo.

Ps: Os últimos exames mostraram que os tumores regrediram 30%. Zé Alencar agradece a Deus e as orações do povo brasileiro.