Transformar a região Portuária da cidade em um lugar desejado para se morar e investir, estendendo a revitalização a outras áreas. Essa é a meta do prefeito Marcelo Crivella, que apresentou, na tarde desta sexta-feira (31/04), no Palácio da Cidade, em Botafogo, o projeto de Municipalização do Porto do Rio de Janeiro. A ideia é revitalizar o trecho situado entre o Armazém 6 e a Rodoviária Novo Rio, criando um novo boulevard. Interligado à Orla Conde, esse espaço seria ocupado por novos museus, galerias, bares e restaurantes. Além da construção de uma moderna estação de cruzeiros, dentro do conceito shopping portuário.

– Fizemos um grande investimento no Porto. Recursos extraordinários que não podemos perder ou deixar desvalorizar. Estou convencido de que não há ninguém melhor do que o município para articular as políticas que interessam aos operadores e ao Porto Maravilha. A dívida do consórcio já chega a R$ 40 milhões, sem falar que a Caixa Econômica enfrenta dificuldades para negociar os CEPACS. Também temos uma série de galpões enormes que tampam a passagem para o mar, construções que poderiam se transformar em restaurantes, cinemas. Temos que dar vida àquele lugar – disse o prefeito.

Além da revitalização, o projeto também prevê alterações nas atividades portuárias, que passariam a se concentrar no cais de São Cristóvão e do Caju, através da construção de terminais modernos e adequados à circulação de contêineres, carga siderúrgica e à passagem de veículos pesados. De acordo com o prefeito, essas atividades seriam coordenadas pelo governo municipal:

– A ideia é que a prefeitura coordene as operações de carga e descarga feita pelos operadores do Porto. Eles vão continuar trabalhando normalmente, mas a autoridade portuária será dada ao município do Rio de Janeiro, que passaria a ser responsável pela articulação e supervisão das atividades. Que a aristocracia empresarial esteja ao nosso lado para que possamos realizar esse sonho. Não será uma administração personalista do prefeito, mas uma autoridade portuária municipal que tenha a participação de todos. Que possamos contar com a experiência daqueles que já se envolveram nisso.

A cerimônia de apresentação do projeto, que incluiu a exibição de um vídeo detalhado sobre a iniciativa, foi acompanhada por empresários e representantes das empresas que operam no porto, além de parte do secretariado municipal, como o secretário municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, Indio da Costa, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, e o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), Antônio Carlos Barbosa, que deu mais detalhes sobre as mudanças na operação portuária previstas no projeto.

– A operação urbana consorciada bate no muro do Armazém. São ativos da Companhia Docas e não podemos chegar perto. Para o público ter acesso ao mar, precisasse dirigir aos armazéns concedidos a terceiros. Em uma eventual municipalização, esses armazéns viriam para nós. A autoridade portuária os administraria por um tempo determinado, 20, 30 ou 40 anos. Importante ressaltar que os operadores e agentes federais alfandegários permanecem. Isso não muda – explicou Antônio Barbosa

Nesta quinta-feira (30), em reunião realizada em Brasília, o prefeito Marcelo Crivella apresentou o projeto ao presidente Michel Temer e ao governador Luiz Fernando Pezão. Segundo o prefeito, o ministro do Transporte, Maurício Quintella, e o presidente se mostraram receptivos.

Fonte: www.prefeitura.rio