Senador Marcelo Crivella | Agência Senado

Discurso pronunciado no dia 03 de Setembro de 2009

Exmo Senhor Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva
Exmo Senhor Vice-Presidente da República José Alencar Gomes da Silva
Exmo Senhora Ministra da Casa Civil Dilma Houssef
Exmo Senhor Ministro da Casa Civil José Mucio
Exmos Senhores Senadores e Deputados presente ao evento

Meus irmãos Bispos, Reverendos, Pastores, Mestres, Evangelistas, Apóstolos

Nesse momento solene em que nos reunimos diante da nação e sob o olhar de Deus, para presenciar e celebrar com ardor cívico e cristão a sanção da lei que institui o Dia Nacional da Marcha Para Jesus, brilha no céu da pátria a luz da nossa fé.

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Essa fé representa, na sua simplicidade e beleza , o mais alto sacrifício, a mais difícil renúncia, tudo que de cada um de nós for preciso abnegar nesse ideal que nos acalenta e nesse propósito que nos anima, que consiste em cumprir a sagrada e honrosa missão de amar, defender, divulgar e preservar para sempre, o Nome de Jesus e seus ideais de paz.

Esta marcha é por essência uma marcha de fé mas também do amor e portanto ela é contra o ódio, a intolerância, a violência, a desigualdade e o preconceito. Ela traz em si a lembrança do sacrifício expiatório de Cristo que, nascido de uma virgem, viveu sem pecado, se entregou, foi supliciado, morreu e ressuscitou pela força do amor. Um amor imensurável,, imaculado, incontido, imbatível e arrebatador. O amor de quem passou neste mundo e pregou a verdade, plantou a semente da felicidade e orava por nós até mesmo na agonia infinita da cruz. Ele não precisou de TV, nem de rádio ou jornal, mas no show desta vida

Ele é o principal. Conquistou multidões com a força do amor. Mesmo cansado e ferido jamais blafesmou. Foi réu sem pecado, sorriu, perdoou, e para um mundo sem rumo o caminho só Ele mostrou. Amor como esse jamais se viu nem nunca se verá. Amor de um Deus que amou o mundo de tal maneira que tudo entregou, perdoou, suportou, sacrificou com a esperança de erguer a humanidade perdida nos ódios e nas paixões.

A Marcha para Jesus é assim a marcha do amor de Cristo para o Brasil, para os brasileiros, para os estrangeiros que vivem entre nós, mas sobretudo e principalmente, para os que choram e precisam ser consolados; os que tem fome e sede de justiça e precisam ser saciados, os que estão enfermos e presos e não são assistidos, os que vivem com seus filhos nos barracos improvisados, frios e escuros, dos becos das favelas, hediondo monumento da nossa vergonhosa desigualdade social, levando uma sub-vida num sub-mundo de privações e opróbrios. É pelos esquecidos nos povoados longínquos do sertão do Brasil que gemem de aflição e padecem de angústia. Sim é por eles também que marchamos.

Essa Marcha é o brado de reafirmação da nossa fé inabalável nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, mas como de origem e substância cristã, pois o cristianismo é quem primeiro proclama, no curso acidentado das civilizações, ser o homem livre e responsável, considera-nos a todos iguais e irmãos e reconhece que todos temos direito à partilha dos bens terrenos, pelo menos na medida da nossa necessidade, a fim praticarmos as virtudes e cumprirmos o nosso destino.

Se não dissermos isso as futuras gerações com o exemplo do nosso idealismo e renúncia, se desprezarmos esses postulados seria insitir em medidas de superfície. Seria enganar a nós mesmos. Todo crescimento econômico será nulo se não houver entre nós homens de caráter cristão que nos dêem instrumentos idôneos e eficazes para garantir o bem estar para todos.

A liberdade sem Cristo tende a extrapolações inconvenientes que transpõe por vezes os limites impostos pela razão e desvirtuam a sociedade corrompendo os bons costumes. A igualdade sem Cristo comete a injustiça de desconsiderar o esforço individual, recompensando do mesmo modo esforçados e indolentes, afrontando os princípios naturais de que aquilo que o homem plantar isso mesmo colherá. A fraternidade sem Cristo é apenas um discurso vazio que fenece ante a volúpia avassaladora do lucro e do poder.

O próprio capitalismo sem a ética cristã é a crise impiedosa que assola o mundo sob o império da opressão do mais forte. É a desbragada exploração do fraco com os mecanismos financeiros do capital desalmado que se presta como dócil vassalo a ganância insaciável dos homens da fortuna.

A Marcha Para Jesus é para todos. Todos são bem-vindos, sem distinção de cor, sexo, nacionalidade, profissão, religião, condição social ou nível intelectual. Como o amor de Deus, ela há de ser como o sol e a chuva que são para todos.

Que marchem portanto os homens de boa-vontade, os mensageiros da paz, os que defendem o bem estar social para todos e o engrandecimento da pátria pela força do trabalho. Que marchem os que confiam nas promessas de Deus e querem repartí-las com todos que se disponham a ouví-los. Os que sabem e os que querem aprender que é na prática dos ensinamentos cristãos que se fudamenta a tranquilidade das famílias, o progreso moral e a prosperidade de um povo.

Que marchem também os solitários que procuram alento, os perdidos que procuram um caminho, sim que venham todos, que tomem as ruas e as nossas avenidas por todo o vasto território nacional, numa procissão triunfal dos nossos valores espirituais, para que surja nos horizontes infinitos da esperança dessa terra que Deus nos deu a manhã ensolarada de um novo porvir onde o amor entre nós seja sem fingimento; que haja tolerância, o culto da liberdade, o respeito ao direito e acima de tudo a fé em Deus, que acrisola as mais puras essências das virtudes da nossa nacionalidade, fundamenta a civilização brasileira e nos conduz no rumo seguro da justiça, do progresso, da bondade e da paz.

Marcha Brasil para os braços de Cristo!