Ao inaugurar uma fábrica de medicamentos de combate à Aids, nesta quarta-feira, em Maputo, capital de Moçambique, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o trabalho desenvolvido pelo senador reeleito no Congresso Nacional para “ajudar a fortalecer a integração Brasil-África”. No Senado, Crivella foi relator do projeto de lei da Câmara que destinou R$ 13,6 milhões para compra de equipamentos da unidade, e foi muito elogiado por sua conduta, até a aprovação da proposta.
Apesar de ter sido inaugurada nesta quarta, a fábrica ainda precisa de adaptações para o pleno funcionamento. Lula anunciou que a mineradora brasileira Vale dará R$ 4,5 milhões. O projeto total é de US$ 31 milhões (cerca de R$ 53 milhões), dos quais US$ 21 milhões (cerca de R$ 36 milhões) caberão ao Brasil.
O restante do dinheiro será usado no treinamento da mão-de-obra moçambicana e nos custos operacionais da iniciativa, e já inclui o valor do registro de 21 medicamentos, cinco deles, usados no coquetel anti-Aids, que serão feitos em Moçambique, livres de royalties.
– O fato de estarmos construindo a primeira fábrica de medicamentos para combater a Aids no continente africano pode ser apreciado quase como uma revolução – disse Lula, na cerimônia oficial.
A primeira máquina entregue pelo Brasil foi exibida. O equipamento foi recebido pelo governo de Moçambique no fim de outubro e é usado para o treinamento da embalagem das pílulas.
O Brasil decidiu financiar o projeto, cuja ideia nasceu por ocasião da primeira visita de Lula ao país há cinco anos. O objetivo declarado do Brasil, pioneiro na luta contra a doença, é ajudar a África a obter antirretrovirais mais baratos.
Moçambique é um dos países do mundo mais afetados pelo vírus da Aids, com 2,5 milhões de portadores, ou seja, 11,5% da população. Apenas 200.000 pacientes recebem antirretrovirais.