Quero mais oito anos
O senador pelo PRB (Partido Republicano Brasileiro) Bispo Marcelo Crivella esteve em Búzios a convite do advogado Dr. Allan Vinicius (presidente do PRB de Búzios) para dar uma palestra sobre a proposta do deputado Ibsen Pinheiro que propõe uma nova divisão nos recursos dos royalties de petróleo. A palestra aconteceu no último sábado, na câmara municipal de Búzios. Com a casa lotada de autoridades e convidados, o senador explicou entre outras coisas que no Senado, a proposta será rejeitada. Além de fazer uma exposição esclarecedora sobre a questão, ele tranquilizou a população buziana, que perderá mais da metade do seu orçamento anual caso a emenda, já aprovada na Câmara, fosse referendada no Senado.
– Tenho a garantia dos líderes do governo e do presidente Lula de que a Emenda Ibsen não passa, em hipótese alguma, no Senado. Isso já está decidido, declarou Crivela.
À noite, o senador foi homenageado na Câmara Municipal de São Pedro da Aldeia, com a Medalha Mérito Brigadeiro Lafayette Cantarino Rodrigues de Souza, como parte das comemorações pelo 393º aniversário da cidade. A honraria foi concedida por indicação do vereador Guga de Mica (PMDB). Após o evento na câmara de Búzios, o senador e sua equipe foram almoçar no Restaurante Buzin, onde deu uma entrevista exclusiva ao Perú Molhado.
Senador, como o senhor avalia seus oito anos de mandato?
A ONG Transparência Brasil, que é uma das mais exigentes me colocou em terceiro lugar entre todos os senadores do país. A ONG fez a lista analisando os projetos, os discursos e os recursos que os senadores conseguiram levar para seus estados. O resultado final foi o seguinte: em primeiro lugar Pedro Simon, em segundo Paulo Pain e em terceiro Marcelo Crivela. Tenho a satisfação, diria até a vaidade, de dizer ao povo de minha terra que não desonrei meu mandato. O senado teve inúmeros escândalos. Nunca dei o desgosto a meus eleitores e ao povo do Rio de Janeiro de ver meu nome envolvido em falcatruas. Trabalhei muito. Fui o senador do deficiente físico (apresentei projeto para redução de impostos para os deficientes auditivos na compra de automóvel), do trabalhador rural e dos garçons. Havia 17 mil ações trabalhistas na justiça porque os donos de bares e restaurantes não pagavam as gorjetas dos garçons. Depois do meu projeto passou a ser apropriação indébita. Virou crime com pena de 1 a 4 anos. Apresentei 150 projetos, todos voltados para as pessoas mais carentes. Tenho a consciência tranquila. Sou um senador realizado
Mas há muito que fazer ainda não…
Certamente. Por isso serei candidato a mais um mandato de oito anos. Dos meus 150 projetos, metade ainda está tramitando na câmara. Esses projetos trarão benefícios imensos para o povo brasileiro. Por isso preciso ficar em Brasília. Acompanhando de perto o andamento desses projetos. Tenho um projeto que transforma as dívidas das Universidades sem fins lucrativos em bolsas de estudos. Somente na UCP (Universidade Católica de Petrópolis) poderão surgir mais de mil vagas.
O senhor teve papel importante na aproximação do governador Sergio Cabral como o presidente Lula não?
Essa aliança entre o presidente e o governador do Rio, trouxe muitos recursos para nosso Estado. Espero que nesse segundo mandato eu possa fazer ainda mais. Mesmo porque teremos a discussão da distribuição dos royalties de petróleo. Inclusive do pré-sal.
Como está o projeto da Fazenda Nova Canaã na Bahia?
Um tremendo sucesso. Estamos colhendo um milhão de unidades de Fruta do Conde por ano. Enquanto os pais trabalham, mais de 500 crianças estão na escola. Essa escola tem padrão que não se encontra nem nas grandes cidades. As crianças têm transporte escolar, uniformes, material didático e não voltam para casa sem alimentação. São três refeições por dia. A escola ainda tem piscina, campo de futebol, teatro e sala de computação. Os alunos contam ainda com assistência médica e odontológica. Quando voltam para casa levam pão para os irmãos menores.
O senhor não pensa em fazer algo parecido aqui no Estado do Rio?
Penso sim. No segundo mandato vou me dedicar a isso. Nesse primeiro mandato me dediquei a um assunto de muita importância que são as favelas do Rio de Janeiro. Por isso criei o projeto Cimento Social, que deu origem ao projeto Minha Casa, Minha Vida, do governo Lula. O Cimento Social teve o aval do Presidente Lula. Não terminou ainda porque houve um problema com um soldado do exército. Mas retornamos as obras e acredito que em pouco tempo, O Morro da Providência será outro. Nas favelas cariocas tem muita criança passando fome e sofrendo com a violência imposta pelo tráfico de drogas.
Como está o PRB?
Está muito bem. O PRB é o partido do vice-presidente da República, José Alencar, que ocupa de maneira majestosa os píncaros da dignidade humana na política brasileira. José Alencar é um grande brasileiro. Ano passado estava desenganado pelos médicos e hoje não tem mais câncer. Nenhum tumor. Isso foi milagre de Deus. Ele poderia se candidatar ao senado por Minas Gerais, mas o presidente Lula pediu para ele não se descompatibilizar. Alencar vai assumir o governo nos três meses que o presidente pretende tirar de licença para ajudar a campanha da candidata do PT Dilma Rousseff. O PRB faz parte da base do governo e apoio integralmente o presidente Lula. Demos todas as provas de lealdade.
O senhor ainda é bispo evangélico?
Claro. Estou licenciado da Igreja Universal. Devidos meus compromissos em Brasília, não posso me comprometer com nenhuma igreja. Mas todos os domingos vou a alguma igreja falar de Jesus, pregar a palavra do senhor.
Vários setores da sociedade brasileira têm representação no congresso. Porque algumas pessoas têm tantas restrições à bancada evangélica?
O Congresso é a casa do povo. Ele tem que ter representação de todos os setores da sociedade brasileira. O Congresso é a grande forja nacional. Um imenso alto-forno. É ali que se retemperam as mais puras essências da nossa brasilidade. Temos que estar todos representados. Negros, índios, evangélicos, católicos, homossexuais, artistas, enfim. É no Congresso que temos que debater – no convívio pacífico e democrático- os melhores caminhos para os assuntos controversos de nossas vidas. A bancada evangélica no Congresso é muito respeita. O problema é que a Rede Globo vê no setor evangélico, sobretudo na parte da mídia através da Record, um adversário poderoso a sua soberania. A Globo não quer perder sua tirânica hegemonia. Mas o povo está mudando. Assistindo os programas da Record. Principalmente as novelas, os filmes e os programas jornalísticos. A tirania da Rede Globo vai acabar, pois nosso povo é humano e penetrado do espírito da bondade. Esse ódio neurótico das organizações Globo está depondo contra eles.
Fonte: Jornal Peru Molhado