Brasília – O crescimento do número de matrículas no ensino superior entre 2007 e 2008 não acompanhou a expansão das vagas. Em todo o país, foram registradas 1.479.318 vagas não preenchidas de acordo com informações do Censo da Educação Superior, divulgado hoje (27) pelo Ministério da Educação (MEC).
De acordo com a secretária de Ensino Superior do MEC, Maria Paula Bucci, o fenômeno ocorre porque, durante o processo de autorização de um curso, as instituições pedem mais vagas do que de fato desejam oferecer. “O processo de autorização era muito lento. A tendência é que a instituição não precise mais fazer esse ‘estoque’ de vagas.”
As instituições privadas respondem por 98% dessas vagas. Entre 2007 e 2008, o aumento de vagas ociosas foi de 10%. Apesar de alto, ainda é menor do que o registrado no período anterior, de 13%. O relatório aponta que é preciso analisar as razões para um número tão grande de vagas desocupadas, pois “a oferta deve refletir a capacidade instalada do setor para atender à demanda por cursos de graduação”.
A secretária acredita que é preciso ampliar as fontes de financiamento para que a população de baixa renda que ainda está fora do ensino superior possa ter acesso a essas vagas ociosas. “O Fies [Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior] está sendo reformulado para que tenha um melhor aproveitamento, hoje ele é usado em grau muito menor do que poderia.”
Outro dado apresentado pelo censo é o índice de conclusão de curso. Pouco mais da metade dos estudantes (57,3%) conseguiu se formar. A taxa de conclusão foi calculada pela razão entre o número de concluintes de 2008 e os ingressantes de 2005.
As menores taxas de conclusão registradas em 2008 são de instituições privadas: 55,3%. Entre as públicas o índice é de 65%, chegando a 67% na rede federal.
(Agência Brasil)