Nesta sexta-feira, na cerimônia de posse de Francis Bogossian na presidência do Clube de Engenharia, quem brilhou mesmo foi o vice-presidente José Alencar, que estava no exercício da Presidência da República com a viagem de Luiz Inácio Lula da Silva ao Peru. Muito simpático e demonstrando ótimo humor, Alencar emocionou os presentes com suas histórias das Minas Gerias. O primeiro momento de descontração foi sobre as viagens de Lula:
– Falei com o presidente Lula que vinha aqui e ele me pediu que transmitisse um abraço ao Francis. Ele está hoje fora do país, como acontece raramente… – afirmou Alencar, não controlando os risos e levando o lotado auditório da Avenida Rio Branco ao delírio.
– Eu gostava muito de ir a Natal comer caranguejo na praia, e eu disse que estava pensando em ir morar lá se não precisasse ficar muito em Brasília. Uma vez uma senhora me cobrou na rua que eu tinha prometido ir morar lá e nãofui. Disse a ela: a senhora deve se lembrar que a expectativa era o presidente não viajar muito para o exterior – completou, sob aplausos.
Homenageado com o troféu Benjamin Constant, pela passagem dos 120 anos da Proclamação da República, Alencar agradeceu as palavras com que o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) se referiu a ele, e não se negou a falar de sua doença:
– O senador Marcelo Crivella falou em fé em Deus. Há uma corrente positiva em todo o país, e isso tem dado certo. Temos que sustentar o fogo que a vitória é nossa. O fogo é a oração, temos que manter isso.
– O câncer é recorrente, mas nós não temos medo dele. Se Deus quiser me levar, não precisa de câncer para isso. Se ele não quiser, não há câncer que me leve – completou, sob intensos aplausos.
Alencar enalteceu a parceria entre a Prefeitura do Rio, o governo do estado e o presidente Lula, para que o Rio possa vencer a guerra contra o tráfico e voltar ao tempo em que se podia sair tranquilamente às ruas à noite.
– Apesar de ser de Minas, sempre vim muito ao Rio e me hospedava num hotel na Praça Tiradentes. A gente trabalhava muito, ganhava uns trocados e vinha gastar no Rio – afirmou.
Em mais uma tirada, Alencar brincou com o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que participou da solenidade, e arrancou mais aplausos:
– Vice não manda nada, exceto o Pezão
Antes de contar mais um “causo” e próximo do fim de sua fala, Alencar descontraiu mais uma vez os presentes. Ele mostrou a folha que continha seu discurso e disse, mostrando o papel:
– Aqui ainda tem os meus parabéns e terminou…
– Quando eu tinha 18 anos, as moças queriam me namorar, mas namorar em Minas Gerais com um garoto de 18 anos não era um bom partido. Então eu pedi ao meu pai para me emancipar, já que a maioridade era aos 21 anos. A partir daí, passei a andar com a escritura pública de emancipação no bolso. Era algum prestígio, mas não muito. Certa vez passei na porta de um teatro. Na fachada, tinha uma observação: ‘proibido para menores de 21 anos’. Aquilo chamou a minha atenção e resolvi entrar. Fui barrado. Aí mostrei o documento de emancipação. Uma pessoa veio conferir e disse: “É por isso que esse país não vai para frente. Um teatro como esse precisa ter uma assessoria jurídica para resolver casos como esse”. Durante a sessão, aparecia um cenário com uma livraria e uma moça de mini-saia. Pensei: ‘será que isso é que é impróprio?’ Em outra passagem, um senhor se aproximou da vendedora de mini-saia e pediu: ‘Tem A vida começa aos 40’? ‘Brochura?’, perguntou a moça. Esse era o motivo de a peça ser imprópria para menor de 21 anos – disse Alencar, divertindo-se e divertindo os presentes.