O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) visitou nesta sexta-feira (25/9) o Arquivo Nacional, no Centro do Rio, onde ouviu reivindicações de servidores do órgão, que clamam por um plano de carreira, com reestruturação de cargos e salários. Os funcionários, que tentam ser recebidos pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ministério ao qual o Arquivo é subordinado, procuraram Crivella por sua proximidade com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por sua articulação política.
Frederico Bittencourt, presidente da Associação dos Servidores do Arquivo Nacional, apresentou ao senador um raio x do órgão, criado em 1838 como arquivo público do Império e que conta hoje com mais de 500 servidores. Uma comissão dos servidores do Arquivo foi a Brasília, mas não conseguiu ser recebida por Dilma nem pela secretária-executiva, Erenice Guerra, apenas por assessores.
– Vemos no senador Crivella a pessoa certa para levar nossa reivindicação ao governo. O Arquivo tem mais de 170 anos e nunca teve um plano de carreira – afirmou Frederico.
Presente à reunião com Crivella e visivelmente emocionada, Dona Francisca, funcionária com 52 anos de contribuição previdenciária e prestes a completar 70 anos de vida, contou seu drama: caso o plano de carreira não saia de imediato, ela será aposentada compulsoriamente, no fim do ano, e terá um corte de 64% na sua aposentadoria.
Crivella, que conheceu as instalações e o trabalho que é feito no Arquivo, inclusive uma exposição sobre a história do rádio no Brasil, com fotos e documentos do próprio acervo da instituição, mostrou-se sensibilizado com a causa:
– Posso dimensionar o drama que vocês vivem. Não pode haver perda de salário para quem se aposenta depois dos 60 anos. Estou elaborando um projeto de lei nesse sentido.Quero beneficiar também quem sofre de invalidez permanente.
E completou:
– Não posso fazer promessas, não quero enganar vocês. A arrecadação do governo caiu muito sem a CPMF e as dificuldades serão grandes, mas levarei um representante de vocês para conversar com o vice-presidente, José Alencar, e vou pedir uma audiência à ministra Dilma. Vou lutar pelo pleito de vocês, porque acho justo – disse Crivella, sob aplausos.
O Arquivo Nacional orienta a política de acesso à informação pública. Todas as Constituições e emendas feitas a elas estão no Arquivo, assim como acervos particulares, como o do ator Mário Lago. Um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional, o 5.228, diz respeito diretamente à instituição, já que regulamenta o acesso à informação pública e dá transparência à administração federal. Hoje, o mais importante trabalho do Arquivo é o projeto “Memórias Reveladas”, que mapeia os documentos da época da Ditadura Militar, localizando-os, identificando-os e catalogando-os.
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