O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL – RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os jornais estampam, para surpresa de todos, a fuga de 49 presos pela porta da frente da Polinter do Rio de Janeiro.
Vejam bem V. Exªs, que os prisioneiros arrombaram a porta de um depósito vizinho à cela e saíram por dois buracos de ar condicionado que ficam na entrada principal do prédio. E os policiais que estavam de plantão disseram que nada viram, ainda que o local seja monitorado por câmeras.
Por outro lado, na madrugada de sábado, bandidos armados com pistolas invadiram a Base Aérea de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, e roubaram dois fuzis HK-33, de fabricação alemã e de alto poder de fogo, que estavam com os sentinelas.
A pergunta que se faz, Sr. Presidente é: onde estamos? Num Estado com alto índice de violência como o meu, bandidos fogem pela porta da frente da delegacia, enquanto outros roubam fuzis das mãos dos soldados.
Sr. Presidente, gostaria de fazer um apelo ao Ministro da Defesa, ao Comandante da Força Aérea Brasileira, pois, nos últimos três anos, foram roubados dos quartéis, no Rio de Janeiro, mais de 30 fuzis e pistolas. Não é possível que, apesar do esforço que se faz para manter o Estado sob segurança, guarda e vigilância, visando conter o narcotráfico, os seqüestros-relâmpagos, os roubos e os latrocínios, os militares permitam que tantos fuzis e tantas pistolas, armas de fogo, de calibre pesado, caiam nas mãos de bandidos. Eu disse aqui 30 fuzis e pistolas, para não incluir os coletes à prova de bala, as granadas e os cunhetes de munição.
Portanto, o apelo que faço ao Exmº Sr. Ministro da Defesa e ao Comandante da Força Aérea Brasileira é que, em situações como essa, S. Exªs não se satisfaçam apenas em abrir inquérito policial militar. Segundo o regulamento disciplinar do Exército, o comandante é responsável por tudo o que acontece e deixa de acontecer nas dependências de sua unidade. Creio que, quando um comandante perder o comando da unidade por causa de desvio e roubo de armamento, de munição, de granadas ou de coletes à prova de bala, de qualquer material bélico, teremos de dar, de certa maneira, uma resposta à sociedade, pois ela já não agüenta mais, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que fuzil, pistola, granada e munição privativa das Forças Armadas caiam nas mãos de bandidos e de traficantes, que têm feito do meu Estado um verdadeiro inferno.
Muito obrigado, Sr. Presidente.