Em audiência pública com representantes da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) questionou a exclusão de programas religiosos das grades de programação das emissoras de rádio e TV do governo federal. Ele também fez um apelo para que se chegue a um entendimento sobre o assunto. Foram afetados programas católicos e evangélicos.
Tereza Cruvinel, presidente da EBC, e Daniel Aarão Reis Filho, integrante do Conselho Curador da empresa, disseram que os programas foram excluídos por ferir, no entendimento do Conselho, a diversidade religiosa do país. Segundo Aarão Reis, a transmissão dos programas católicos e evangélicos seria “ilegal, ilegítima e injusta”. Ele disse, no entanto, que há o objetivo de transmitir programas que abordem as religiões de forma a respeitar a diversidade da população brasileira.
O senador Marcelo Crivella disse ser favorável a que todas as vertentes religiosas, mesmo as de menor representatividade, possam ter programas nas emissoras do governo federal.
– Será que não conseguimos encontrar um caminho e aumentar essa diversidade que queremos sem essa truculência, sem privar o telespectador? Você acha que tirando o programa do ar estamos mais próximo da diversidade? – questionou Crivella, dirigindo-se a Daniel Aarão Reis.
O senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA), que preside a audiência promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), disse que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 90% da população brasileira é composta por católicos e evangélicos.
– Do ponto de vista prático, se 90% estão representado em duas religiões, acho que um programa de 30 anos não deveria ser tirado do ar – opinou.