Depois de passar a semana em Brasília lutando para trazer mais recursos para o Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) fez questão de visitar o Morro do Bumba na tarde desta sexta-feira, onde prestou solidariedade aos moradores e a familiares das vítimas do deslizamento que devastou a comunidade na quarta-feira. Os bombeiros já retiraram 29 corpos dos escombros, e, em todo o estado, 214 pessoas já morreram desde segunda-feira, com o início das chuvas.
– Fiquei muito impressionado. Estou muito triste. Temos que mudar radicalmente nossa política habitacional – constata Crivella.
Após fazer oração pelas vítimas dos deslizamentos, ao vivo, pela Rede Record, de uma casa de frente para o morro, Crivella foi conhecer de perto o trabalho de resgate dos bombeiros e conversou com o coronel José Carlos, comandante responsável pelas operações de busca no Bumba.
– A situação está extremamente difícil aqui. Há 99% de chances de não encontrarmos mais sobreviventes, mas trabalhamos com todo o cuidado com o objetivo e esperança de ainda encontrar pessoas com vida – revela o coronel.
Segundo o coronel dos Bombeiros, o trabalho é feito minuciosamente, com retroescavadeiras. Apesar de as equipes de resgate necessitarem das máquinas, já que o serviço manual se tornou impossível, a qualquer sinal de vida humana um profissional da área médica verifica, com todo o cuidado, se é mais um sobrevivente.
– É preciso investir em prevenção. Só podemos dizer que a defesa civil está funcionando quando ela consegue obter informações dos serviços de meteorologia de que grandes tempestades estão a caminho e puder, a tempo, retirar provisoriamente todas as pessoas das áreas de risco iminente, com apoio de geólogos, até que as chuvas diminuam. Igrejas, escolas e abrigos oficiais podem ser usados para esse fim – aconselha Crivella.
Crivella lembra que é função primordial do agente público investir maciçamente em habitação. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um grande passo ao criar o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, cujo projeto teve a relatoria do próprio Crivella e dormitava há anos nas gavetas do Congresso Nacional. Ele recria o BNH (Banco Nacional de Habitação), com estrutura diferenciada, com menos burocracia, dando ênfase em financiamentos para as camadas mais populares. O projeto Minha Casa, Minha vida, por exemplo, dá subsídios de até R$ 23 mil para quem ganha de 1 a 2 salários mínimos e pretende comprar casa própria. Já foram negociadas 600 mil unidades, e há expectativa de que até o fim de um eventual governo Dilma Rousseff esse número chegue a 2 milhões.
– Há quantos anos o poder público não faz casas em massa para pobres? Todo mundo sabe que essas pessoas correm risco nessas áreas, mas para onde vamos levá-las? – Questiona Crivella.
Crivella lembra que nos Estados Unidos o secretário de Defesa Civil tem poderes absolutos, “quase de um presidente da República”:
– Lá (nos EUA), o secretário de Defesa Civil pode requisitar até um navio de grande porte, do governo americano, se precisar, para resolver alguma emergência, e tem contato direto com o serviço de meteorologia, que funciona muito bem, o que não é o caso do Brasil, onde precisa ser aperfeiçoado.
A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) de Cubango, situada a cerca de 300 metros do Morro do Bumba, virou um grande abrigo para atender aos desabrigados. Cerca de 100 voluntários recebem moradores que tiveram de deixar suas casas e os encaminham a abrigos da prefeitura. Antes, eles recebem alimentação e roupas. O pastor Tiago coordena os trabalhos. Cíntia, de 18 anos, é uma das vítimas do deslizamento do Morro do Bumba que procurou ajuda na IURD:
– Minha casa está condenada, não posso voltar para lá. Estou aqui desde quarta-feira e ainda não sei para onde vou. Perdi muitos amigos nesse deslizamento. É tudo muito triste – constata.
Renata, de 32 anos, moradora da Rua Rufino, próximo ao Morro do Bumba, também estava desolada no abrigo provisório na IURD, em busca de alimentação:
– Disseram que uma pedra pode cair, por isso tiver que sair de casa, não tenho como ficar lá, estou na casa de parentes, mas isso tudo é muito triste – afirmou, com a filhinha Ana Luiza, de um aninho, no colo.
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