Convidado pelo cardeal arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) participou neste sábado do seminário “Direitos Humanos na Doutrina Social da Igreja”. O objetivo do encontro foi discutir o 3ª Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), do governo federal. Em seu discurso, Crivella lamentou que a sociedade brasileira esteja se afastando dos princípios cristãos:
– Vivemos em uma sociedade violenta e desigual, que tem se afastado muito dos princípios cristãos. Temos assistido a cenas antes inimagináveis, brutais – atestou.
O programa do governo, que foi encaminhado ao Congresso Nacional e retirado após as críticas que sofreu, trata de temas polêmicos, como a descriminalização do aborto, a proibição do uso de símbolos religiosos em prédios públicos, e o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Crivella pediu que os cristãos se manifestem sobre as questões fundamentais, de liberdade e paz.
– O Congresso está votando uma lei contra os princípios cristãos. Independentemente de dogmas, as religiões cristãs precisam se unir. Não deve haver barreira religiosa para separar um país cristão. Agora, não é justo que minorias queiram se sobrepujar a grupos majoritários – afirmou Crivella, citando o PLC 122, que criminaliza a homofobia.
Crítico do programa do PNDH, o bispo de Petrópolis, dom Filippo Santoro, afirmou que o programa não passa de uma “colcha de retalhos”. O ex-deputado Carlos Dias leu manifesto da pastoral de católicos na política contra o PNDH, e pediu um tempo maior de discussão sobre o tema.
Paulo Leão, procurador do estado e representante da Associação de Juristas Católicos, afirmou que, ao contrário dos dois primeiros programas, o PNDH 3 tem viés autoritário:
– Querem a destruição da família com a descriminalização do aborto. Na questão dos símbolos religiosos, é bom lembrar, por exemplo, que os crucifixos fazem parte da cultura do povo brasileiro. Católicos, evangélicos e espíritas estão irmanados nessas lutas – disse.
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