O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, serei breve.
Srªs Senadoras, Srs. Senadores, senhores telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes da Rádio Senado, é com imenso prazer que venho agora falar sobre uma notícia que hoje está em todos os jornais do País e que me traz imensa alegria.
Ano passado, no plenário do Senado Federal, mostrei o chuveiro flex e fiz um projeto de lei para que ele fosse implementado em nosso País. Tive a oportunidade também de levar isso a uma reunião com o Presidente Lula, uma reunião que ocorria, rotineiramente, uma vez por mês, quando o Presidente chamava ao Palácio os líderes dos partido, chamava os presidentes de partido e Ministros para debatermos temas da nossa pauta.
Numa delas, levei ao Presidente a ideia de adotarmos no Brasil o chuveiro flex. O que é o chuveiro flex que hoje está em todos os jornais? É darmos condições de os chuveiros elétricos – para se ter uma idéia, 80 milhões de chuveiros elétricos existem hoje no País – trabalharem acoplados com a energia solar. E isso já ocorre em vários países do mundo.
O Brasil tem – eu diria – a virtude de ser um país com intensa insolação, um país que conta com a presença dos raios solares na maioria dos seus dias. Mesmo em dias nublados, a incidência dos raios solares no território brasileiro é muito grande. Nós, então, teríamos condições de aquecer a água, ou uma parte da água, das caixas d’água das casas e dos edifícios com a energia solar. No momento em que os brasileiros chegam para tomar banho à noite, normalmente entre 6 h da tarde e 9 h da noite, temos um pico na demanda de energia na malha brasileira. E é nesse momento que, muitas vezes, os operadores da malha de fornecimento elétrico brasileira são obrigados a acionarem as termoelétricas, onde queimamos carvão, onde gastamos combustível fóssil, óleo diesel, às vezes, gás, nas tantas termoelétricas brasileiras que construímos depois do apagão. Isso, com prejuízo para o meio ambiente e também para a economia pública. É exatamente nesse pico.
Pois bem, na hora do pico, teríamos os chuveiros elétricos não sendo acionados, porque a água, que já teria sido aquecida durante o dia pelas placas de energia solar, ao chegar ao chuveiro elétrico, terá a sua temperatura medida, e ela não vai acionar o relé que liga o chuveiro elétrico. De tal maneira que vai ser como se o sujeito estivesse acionando a torneira de água fria: ela vai descer e passar pelo chuveiro elétrico com uma boa temperatura; vai passar água quente, aquecida pelo sol. O brasileiro vai poder tomar banho quente, sobretudo as famílias mais humildes, sem precisar pagar por isso.
O maior vilão da conta de energia elétrica dos brasileiros de baixa renda – nós todos sabemos – não é a televisão, não é o rádio; são o ferro elétrico e o chuveiro elétrico.
Pois bem, essa era a idéia. Levei-a ao Presidente da República e, de cara, o Mantega disse: “Isso não é viável economicamente, Presidente”. Eu fiquei, então, naquela reunião de líderes, encarregado de ir ao Ministro Mantega, de levar estudos e de provar a ele que era possível fazer o chuveiro híbrido. Eu conversei também com os donos das fábricas de chuveiro elétrico, que fabricam milhões de chuveiros por ano, empregam muita gente e que estavam preocupados se não iriam perder mercado. Eu explicava a eles que o chuveiro elétrico será mantido, por uma razão: o chuveiro elétrico economiza água. E não se tem interesse em economizar só eletricidade; temos interesse também em economizar água.
A vazão de água que passa pelo chuveiro elétrico, num banho, por questões mecânicas – a água é aquecida em contato com uma espiral, que fica incandescente; então, ela tem de ficar ali por um certo período para poder esquentar –, é muito menor que a de qualquer outro tipo de chuveiro. Pois bem, era importante que o chuveiro elétrico fosse mantido, para que acabássemos com a grande demanda de energia elétrica e não criássemos uma grande demanda de água.
Então, Senador Mão Santa, li nos jornais hoje que o chuveiro híbrido terá investimento de R$4,5 bilhões para se tornar mais barato ainda do que é, pela economia de escala. Já tínhamos tido uma vitória, no princípio deste ano, porque a Ministra Dilma, estudiosa como é, resolveu implementá-lo no Programa Minha Casa, Minha Vida, no PAC 2, que promete construir no Brasil dois milhões de residências. Esses 2 milhões de unidades residenciais do PAC 2 já terão chuveiro flex, o híbrido. Agora, vamos ter R$4,5 bilhões para que as fábricas, Senador Mão Santa, já possam vender para as casas o chuveiro flex. Então, já vai vir um kit em que a pessoa coloca a placa de energia solar no seu telhado, conecta-a a uma determinada parte da sua caixa d’água e, dali, puxa uma tubulação, que vai direto para o seu chuveiro; instala-se, ali, um medidor de temperatura para que, exatamente, se a água estiver quente, a pessoa tome banho sem pagar – o chuveiro elétrico não será acionado.
Parabéns ao Governo e parabéns, também, ao Senado Federal, que o aprovou já no ano passado! Agradeço pelo relatório do Senador Inácio Arruda sobre o chuveiro flex, que foi aprovado aqui e foi para a Câmara dos Deputados. E, aí, a Câmara dos Deputados – a gente não sabe – demora tanto para votar as matérias que acaba acontecendo isto: o Governo pega as ideias e as lança. A gente aplaude, fica feliz, mas sentindo aquele gostinho de que, puxa vida, mais uma vez o projeto não andou com a velocidade que tinha de andar, porque não se vota. Na Câmara dos Deputados não é prioritário se votarem as matérias que vêm do Senado. Aqui existe o oposto. Aqui, no Senado, nós votamos as matérias. Relatamos, pautamos, discutimos, votamos a aprovamos as matérias que vêm da Câmara dos Deputados. Mas a recíproca não é verdadeira.
Mas não importa. O importante é que acho que os brasileiros – Senador Paulo Paim – vão, agora, poder ter um chuveiro flex. Nós vamos aproveitar essa grande bênção que Deus nos deu, que é a energia solar no nosso País. E o Governo, certamente, com esses R$4,5 bilhões vai ter uma economia enorme de energia, que poderá ser usada para atender à demanda do nosso crescimento econômico. Segundo os especialistas, inclusive internacionais, o Brasil crescerá mais de 6% no ano que vem.
O Senador Paulo Paim estava falando do pleno emprego. Pois bem, se nós já estamos tendo demanda de mão de obra, vamos ter também imensa demanda de energia. É preciso que o Brasil saiba economizar e usar bem a sua energia.
Senador Mão Santa, quero agradecer a generosidade de V. Exª pelo tempo estendido que me deu e desejar a V. Exª toda a sorte na campanha que fará no Piauí. Tenho certeza de que o povo que nos ouve agora saberá, diria, com o espírito de justiça daquela gente sofrida e valente, reconduzi-lo a esta Casa no próximo mandato.
Parabéns!
O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT – RS) – Senador, permita-me um aparte.
O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ) – Pois não, com o maior prazer.
O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT – RS) – Só cumprimentar V. Exª pelo trabalho brilhante que vem fazendo. Estou acompanhando as pesquisas no Rio e gostei de ver que V. Exª está lá muito bem nas pesquisas.
O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ) – Obrigado. V. Exª também, primeiro colocado no Rio Grande do Sul.
O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT – RS) – Estou fazendo força. Fazendo força. E dizer que, na mesma linha em que falou o Senador Valadares, eu quero que V. Exª leve um abraço para o Senador Sérgio Cabral, porque ele é um dos autores, o autor primeiro do fim do voto secreto; daí, a PEC do Senador Alvaro Dias e a minha foram somadas à dele. Por isso, eu quero mandar um abraço para ele e dizer que hoje foi um dia histórico aqui no Congresso, porque a CCJ, enfim, aprovou o substitutivo do Senador Valadares, que acaba com o voto secreto na maioria dos casos. Mas, para mim, é importante também a questão dos vetos. De 1.300 vetos apreciados este ano, nenhum foi modificado; são vetos de 20 anos atrás. Alguma coisa está errada! Por isso, eu aproveito o momento e o cumprimento pelo brilhante trabalho. Fui Relator de diversos projetos de sua autoria, todos com pareceres favoráveis. V. Exª também relatou projetos meus e também deu pareceres favoráveis. O Rio de Janeiro está no caminho certo. Um abraço a V. Exª!
O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ) – Muito obrigado. Nós temos a consciência tranquila de que jamais votamos contra o trabalhador, jamais votamos contra o povo nesta Casa.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC – PI) – Senador Marcelo Crivella, agradeço as palavras de apelo ao povo do Piauí para a eleição do nosso nome, o que é muito significativo, porque, quando eu governava o Piauí, o chanceler da maior comenda, a Grã-Cruz Renascença, resolveu homenagear uns religiosos cristãos, evangélicos, e V. Exª ganhou a eleição lá. Deus me deu a oportunidade de apor a comenda no peito de V. Exª, como testemunho de respeito e gratidão do povo do Piauí.
O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ) – Foi uma tarde inesquecível em Parnaíba.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC – PI) – Lá, na cidade de Parnaíba, V. Exª recebeu a Grã-Cruz Renascença, comenda maior do Estado do Piauí, que traduz o respeito e a gratidão daquele povo.
O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ) – Muito obrigado, Presidente.