Ao lamentar o falecimento do senador Romeu Tuma (PTB-SP), o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse, nesta quarta-feira (3), que a causa da justiça perdeu um “devotado soldado”; a força policial, a sua maior referência contemporânea; seus amigos, o companheiro de dignidade exemplar; e o Brasil “o filho ilustre, dos maiores do seu tempo”.

Crivella assinalou a inteligência de Romeu Tuma, “aperfeiçoada e amadurecida no trato das investigações policiais complexas” e lembrou seus maiores feitos: a identificação dos restos mortais do criminoso de guerra nazista Joseph Mengele e a captura do mafioso italiano Thomazzo Buscheta.

– Dono de uma vontade inflexível, decidia com firmeza e realizava com bravura. Mas tinha um coração sem ódios e com horror a todo tipo de tirania, que ofendia sua consciência democrática e seu espírito cristão – assinalou.

Segundo o senador, Tuma cultuava modéstia e só aceitava “ocupar a ribalta” quando era convocado para chefiar uma “investigação espinhosa”, como a que resultou na expulsão do então deputado Hildebrando Pascoal, por crimes de narcotráfico, e de Carlos Gratz, por envolvimento com o crime organizado.

– Era homem do diálogo, da voz amena, das palavras sábias e generosas, dos conselhos sinceros e lúcidos. Mesmo no obscuro período do arbítrio, que por vezes ocorre na vida dos povos e quando em nome da segurança do Estado se suprime o direito, ele foi na toda poderosa Polícia Federal de então o baluarte da democracia, com respeito monástico aos princípios cristãos e zelo diuturno na defesa dos sagrados direitos do cidadão – afirmou.

Crivella disse que foi “inesquecível” o primeiro encontro, em 1979, de Lula com Tuma na carceragem do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), órgão federal de repressão na ditadura militar. O senador relatou que o “sacrifício” de Lula na prisão “forjou e legou ao país um dos maiores presidentes da sua história”.

(Agência Senado)