O que muito pouca gente acreditava aconteceu neste domingo: o Botafogo de Loco Abreu bateu o Fluminense campeão brasileiro de Fred e Conca, no Engenhão, por 3 a 2, com um torcedor especial assistindo à partida no camarote da Presidência do Botafogo, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que, apesar de não freqüentar campos de futebol há 10 anos, assistiu a toda a partida, e teve as reações de qualquer torcedor de arquibancada: vibrou nos gols do alvinegro e lamentou os tentos do adversário.

O tempo todo de pé, ao lado do filho Marcelinho, de 26 anos e do doutor Lídio Toledo, responsável pela bela homenagem no Engenhão, Crivella se encantou com a moderna arquitetura do estádio.

Crivella chegou ao Engenhão poucos minutos antes do início da partida, e se emocionou com o primeiro gol do jogo, feito de falta por Renato Cajá. No intervalo, Crivella recebeu uma camisa de Túlio Maravilha das mãos do presidente do Botafogo, Maurício Assunção, e o filho, a camisa azul de Loco Abreu. Lídio Toledo explicou a homenagem:

– É uma homenagem mais do que merecida. Quando eu soube que ele era torcedor do Botafogo e não conhecia o estádio, era obrigação minha trazer ele aqui. Passei a idéia à direção do clube, que foi prontamente atendida – disse o médico da Seleção Brasileira nas décadas de 60 e 70.

Crivella se orgulha de estar passando a paixão de torcedor para outras gerações:

– O Botafogo é a única estrela do universo que não se apaga nunca. Meu pai era torcedor do Botafogo, mas eu sou mais que ele; e o meu filho é ainda mais apaixonado pelo Botafogo do que eu – afirmou Crivella, sem esconder a emoção e garantindo que colocará a camisa número 7 num quadro em seu gabinete em Brasília.

Feliz, o senador pé-quente deixou o estádio caminhando pelos corredores do Engenhão, vestido com a camisa de Túlio Maravilha, e prometendo voltar mais vezes para dar uma forcinha ao seu time de coração. Sensibilizado, fez questão de retribuir a homenagem:

– O doutor Lídio era um monstro sagrado. Quando ficava a expectativa se garrincha jogaria ou não pela Seleção, todo mundo aguardava a posição dele. Ele era a pessoa mais importante da época – resumiu Crivella, ao lado do autor da homenagem.