O senador Marcelo Crivella criticou matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo no último domingo (31). De acordo com o jornal, o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, e mais sete generais estariam sendo investigados pela Procuradoria-Geral de Justiça Militar por suposta participação em fraudes em obras executadas pelo Exército. No pronunciamento, Crivella questionou a falta de provas para justificar a publicação.
– O leitor constata, após o impacto tectônico do título, que segue uma matéria cujo conteúdo não corresponde, não justifica, não é proporcional, não lastreia nem sequer explica o tom gravíssimo que a chamada relampeja – acusou.
A reportagem coloca sob suspeita obras resultantes de convênios entre o Exército e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O texto traz informações sobre “indícios de fraude” em 88 licitações, que teriam resultado em desvios de recursos públicos no valor de R$ 11 milhões.
Para Crivella, o texto traz meros indícios de uma “trama mirabolante” envolvendo os militares. O senador relatou ter recebido, na noite da terça-feira (2) nota da Procuradoria-Geral da Justiça Militar que esclarece que o comandante do Exército não é alvo de investigação no Ministério Público Militar (MPM) e que as informações publicadas não poderiam ser creditadas ao órgão. Além disso, esclarece que crimes praticados por comandantes das Forças Armadas são investigados pelo Procurador-Geral da República.
– Será que essa nota terá a mesma repercussão que a capa de um jornal na primeira página de domingo? Será que chegará aos quartéis, aos lares, aos sindicatos, às escolas e às igrejas como um bálsamo a recobrar a exatidão dos fatos, redimir a injustiça cruel dos excessos? – questionou.
O senador afirmou, ainda, que o Exército, quando recebeu as denúncias, pediu a instauração do inquérito militar e o encaminhou à Justiça. Para ele, a reportagem perde credibilidade ao omitir que o principal acusado, na verdade, foi responsável por tomar as providências para a investigação. Crivella disse considerar que a publicação ataca um patrimônio moral do povo brasileiro e ressaltou a “exemplar vida pública” dos generais.
O presidente do Senado, José Sarney, se associou ao pronunciamento e qualificou o comandante do Exército como um homem honrado, que presta relevantes serviços ao país.