O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhores presentes ao plenário, senhores telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado, ocupo esta tribuna por cinco minutos, confiando na generosidade do nobre Senador Arthur Virgílio, mas comprometido, já nas minhas primeiras palavras, em não exceder o meu tempo.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares. Bloco/PSB – SE) – Senador Marcelo Crivella, eu gostaria de convidar o Senador Mão Santa a assumir a Presidência dos trabalhos, não só com a eloquência, mas com a firmeza que recomenda o Regimento.
O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ) – Bem convidado, Presidente. S. Exª ocupa um lugar cujas índole e vocação cabem em sua alma.
Sr. Presidente, vim aqui apenas, Senador Heráclito, Senador Flávio Arns, fazer um breve comentário sobre reportagem de capa da revista Veja, tratando de uma matéria controversa no meio científico que é o evolucionismo.
Falo isso, Sr. Presidente, porque senti naquela matéria um tal nível de arrogância contra quem discorda daquele pensamento, que me senti aqui estimulado a fazer algumas considerações.
Há 150 anos, um inglês naturalista, Charles Darwin, propôs uma teoria na qual haveria, segundo ele, a evolução de todos os seres vivos a partir de uma ameba e que as espécies iriam evoluir não só no seu gênero, mas também criar novas espécies. Ele falava também em uma transformação evolutiva de invertebrados para vertebrados.
Todas essas teorias, no mundo científico, foram debatidas nos últimos 150 anos. Não passam de teoria.
Falo isso da tribuna do Senado como engenheiro. A primeira lei da termodinâmica, cientificamente provada, não como teoria, não como tese, mas aceita por todo o meio científico, consagrada no mundo intelectual, é clara, dizendo que a energia não se cria e não se destrói. Portanto, Sr. Presidente, não há provas conclusivas de que haja qualquer indício na natureza de que uma espécie possa gerar outra espécie.
Se a teoria de Darwin fosse uma realidade, teria o consenso da comunidade científica como têm as leis de Newton ou as leis de Einstein, mais recentemente.
Mas há um site, muito popular no meio científico, chamado www.dissentfromdarwin.com, com mais de 700 cientistas, muitos deles Prêmio Nobel da Paz, que discordam das teorias de que a lei do evolucionismo possa explicar a criação da humanidade. Ela também é uma lei que depende de as pessoas acreditarem no milagre, porque o surgimento da vida a partir de uma ameba traz o primeiro questionamento: E a ameba, surgiu de onde?
Ora, e se a doutrina do evolucionismo está correta, se um gênero se transforma em outro e a natureza assim evolui, por que não se encontrou até hoje um fóssil sequer em que seja metade anfíbio e metade ave, ou peixe? Ou um fóssil sequer que traga características de metade homem, metade macaco? Onde está esse elo perdido, eu pergunto ao Senador Paim?
Há 150 anos se procuram provas definitivas e cabais para uma teoria que até os dias de hoje permanece como teoria. Aliás, Senador Paim, se os seres evoluíssem como previsto pela teoria de Darwin, era para os seres humanos estarem alcançando níveis melhores na solidariedade, no amor ao próximo, na fraternidade, na solidariedade, na construção democrática, nas políticas. O que vemos é um aumento meteórico na tecnologia, o que contradiz o princípio evolucionista, em que a evolução se dá ao longo…

 
(Interrupção do som.)
 
O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ) – O que ocorre é que temos cerca de cinco mil anos desde o surgimento da escrita na Terra. Nós evoluímos nos últimos 50 anos, em termos tecnológicos e científicos, mais do que evoluímos nos últimos quatro mil anos, o que mostra que a evolução foi rápida, não foi ao longo de décadas. E também o princípio de seleção natural das espécies e que daria uma garantia de uma evolução contraria os fatos, porque a ambição humana – como, aliás, prevê a Bíblia –, a ambição humana, os pecados e o amor se esfriaria de quase todos. As tragédias aumentariam, as guerras, a fome. Está aí uma crise financeira mundial que contradiz a tal evolução.
 
(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)
 

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ) – Pelo contrário, ela corrobora uma involução.
Mas, Sr. Presidente, eu não estou aqui para discutir aspectos religiosos, mas apenas para dizer que uma revista de alcance nacional deveria ser menos arrogante quando trata de teses que são contestadas no mundo científico e não são citadas na reportagem, por exemplo, o site www.dissentfromdarwin.com.
Quero aqui parabenizar as escolas plesbiterianas, as escolas metodistas e as escolas adventistas que colocam para os seus alunos tanto a teoria criacionista científica, como também a teoria evolucionista nas suas teses. E cabe a cada um, dentro da liberdade que deve haver no mundo científico, a decisão de crer naquilo que achar mais provável. Eu, criacionista, creio em Deus, creio que o Universo foi criado por uma força sobrenatural, por um Deus em quem creio de todo o meu coração. E essas palavras foram corroboradas pelo próprio Cristo, que, certa vez, Senador Mão Santa, ao responder a um questionamento dos seus apóstolos, Ele disse que a família, célula-mater da sociedade, se formava entre o homem e a mulher como padrão do Paraíso – Adão e Eva.
Hoje, depois de se tentar poligamia, um homem com muitas mulheres, uma mulher com muitos homens, e todas as formas de tentativa, permanece a versão original como consagrada: o homem, sua mulher e seus filhos.
Muito obrigado, Sr. Presidente.