O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) manifestou nesta terça-feira (30) sua alegria por ver o estado do Rio de Janeiro reerguendo-se após os muitos anos em que o narcotráfico imperou nas favelas. Crivella parabenizou todos os policiais que participaram da missão de proteger o povo carioca, o governador Sérgio Cabral e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também defendeu a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para tratar da fiscalização das fronteiras brasileiras.

– Nosso trabalho apenas começa e o Complexo do Alemão foi apenas o primeiro passo – disse o senador.
O parlamentar lembrou que o Congresso Nacional deu poder de Polícia Federal às Forças Armadas, mas apesar disso os crimes transfronteiriços aumentaram. Crivella disse, ainda, que o país está sendo vilipendiado em sua principal riqueza: a juventude viciada em drogas baratas, que atravessam a fronteira Oeste, percorrem vários estados e chegam ao litoral.

Em sua avaliação, o relatório final da CPI das Fronteiras deverá oferecer um Plano Nacional de Defesa das Fronteiras Brasileiras. O senador assegurou que o governo do Rio de Janeiro vai atuar também contra organizadores, financiadores, transportadores, importadores e exportadores do tráfico.

Distância entre pobres e ricos

Crivella ressaltou a “distância constrangedora” que há entre pobres e ricos no Rio de Janeiro, afirmando que a desigualdade gera violência. Ele citou o caso de Moçambique, país africano onde 70% do Produto Interno Bruto (PIB) são doações de países amigos e 90% da força de trabalho é empregada do governo, mas apenas 15 mil pessoas estão presas e a pena média é de três anos.

– Vê-se com isso que o fator principal da violência não são as mazelas, mas a desigualdade; onde há miséria e riqueza extremas, há revolta, sobretudo na juventude – ressaltou.

O senador listou, ainda, entre os fatores que contribuem para a violência “a leniência da Justiça, a desastrosa corrupção de policiais e o mau exemplo de forças políticas que exercem seu poder com ambição desmedida”.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que assinou o requerimento de criação da CPI, que, a seu ver, deve ser propositiva, pois o problema do crime é de toda a nação brasileira. O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) afirmou que foi a cumplicidade de vários governos com a contravenção que levou ao conflito atual no Rio de Janeiro. Ele sugeriu que todos os estados sigam esse modelo e implantem suas próprias Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Para o senador Valter Pereira (PMDB-MS), que também assinou o requerimento de criação da CPI, será difícil controlar a criminalidade se não for possível impedir o tráfico nas fronteiras. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), por sua vez, disse que apesar do registro de alguns abusos policiais, a operação no Rio de Janeiro obteve sucesso. Ele assinou o requerimento de criação da CPI, que também teve a manifestação de apoio do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

Da Redação / Agência Senado