O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse no Plenário nesta quarta-feira (2/3) que apresentará um projeto para alterar a lei 12.382/2011, que prevê a política de valorização do salário mínimo. De acordo com ele, a proposta reajusta o salário mínimo mesmo se o Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores for nulo ou negativo, ou seja, quando o país não registrar crescimento.

Segundo Crivella, o salário mínimo precisa ter a correção da inflação do período e ainda ter um aumento real, o que é atualmente é calculado tendo por base o crescimento do PIB dois anos antes. Se, contudo, o crescimento da economia for abaixo do esperado – como ocorreu em 2009 -, será garantido um aumento real mínimo de 2%.

– Espero que com esse projeto a gente possa garantir sempre aumento real do salário mínimo mesmo quando não houver crescimento, o que eu espero que não ocorra nos próximos anos – afirmou Crivella.

Na opinião do senador, o salário mínimo ainda é pouco, “mas tem aumento real, tem poder de compra”. Ele disse que sonha com o salário mínimo de R$ 2,5 mil:

– Mas não podemos fazer isso, porque geraria um caos nas contas públicas e seria apenas um salário nominal, não real. Os brasileiros não poderiam comprar com isso o que compram hoje com os R$ 540,00. Essa é a dura realidade. Nossa preocupação é a inflação. Essa, sim, pode comprometer o nosso futuro – disse.

Crivella lembrou a época em que os brasileiros pagavam caro pela inflação: “Traiçoeira, ela castiga implacavelmente os que ganham menos, porque ela está nos ovos, no leite e no pão”.

– Foi para não ver de novo esse cenário que demos um voto de confiança à presidente Dilma Rousseff – assinalou Crivella, referindo-se à votação em que o Senado ratificou a proposta do governo de ter um salário mínimo de R$ 545 em 2011.

(Agência Senado)