O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) subiu à tribuna nesta sexta-feira (13/5) para homenagear os 123 anos da Lei Áurea, sancionada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888. Em seu discurso, porém, ele ressaltou que a herança escravocrata se mantém no país sob a forma da desigualdade social.
Como exemplo, o parlamentar apresentou números relativos à educação no país. Ele citou a estimativa de que a escolarização dos brancos atinge a média de 9,2 anos, enquanto negros e pardos teriam uma média de 7,4 e 7,2 anos, respectivamente.
– Esses dois anos fazem toda a diferença, especialmente em um mercado de trabalho competitivo, que exige qualificação – assinalou.
Segundo Crivella, um branco com 9,2 anos de escolarização recebe em média 3,8 salários-mínimos, enquanto negros e pardos, com 7,4 e 7,2 anos de escolarização, não recebem mais que 1,8 salário-mínimo.
O senador também mencionou a estimativa de que, entre os brasileiros com 15 anos ou mais, 15% dos brancos são analfabetos funcionais. Em contraste, esse percentual subiria para 25,4% entre os negros e para 25,7% entre os pardos.
Quanto ao ensino superior, 15% dos brancos com 25 anos ou mais teriam concluído a faculdade, percentual que cai para 4,7% entre os negros e para 5,3% entre os pardos.
O parlamentar frisou que “há muitas outras diferenças que apontam as perdas e as desvantagens da população negra”, mas disse que deu destaque a essas porque “a educação tem caráter decisivo no sucesso ou no fracasso profissional de cada um de nós”.
– Ainda estamos muito distantes de uma situação em que possamos dizer que há igualdade de oportunidades para
todos os cidadãos no Brasil – lamentou.
(Agência Senado)