O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ. Para discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quero agradecer aos Senadores da Comissão de Assuntos Econômicos que hoje aprovaram um empréstimo para a cidade do Rio de Janeiro e que V. Exª, atendendo um requerimento de urgência, está colocando em pauta. 
É um empréstimo de US$150 milhões com uma contrapartida muito pequena, de apenas US$15 milhões. 
Agora, para que esse dinheiro? É para fazermos melhorias nos assentamentos precários do Rio de Janeiro. Comunidades, algumas delas centenárias. A primeira comunidade carente do Rio de Janeiro surge no Morro da Providência, com a volta dos soldados da Guerra do Paraguai. Os 30 mil escravos que foram lutar na Guerra do Paraguai quando D. Pedro II lançou a Lei dos Voluntários da Pátria. Nós não tínhamos exercito para enfrentar Solano Lopes. E D. Pedro publicou no Jornal do Comércio uma oportunidade de alforria para os negros que quisessem ir à guerra, com uma lei chamada Voluntários da Pátria. 
Essa lei foi eternizada em muitas avenidas pelas grandes metrópoles do Brasil. Eu não sei se em São Luiz existe a Avenida Voluntários da Pátria, mas a temos em São Paulo, e no Rio fica em Botafogo. Esses voluntários da pátria voltaram da guerra, mas só havia um partido naquela ocasião, Presidente, o Partido Republicano Paulista, que não aceitou a proposta do Senador Duque de Caxias, Luís Alves de Lima e Silva, que advogava que todo cidadão que vestisse a farda, fosse português, fosse índio, fosse negro, todo ser humano virasse cidadão pela Constituição de 24. 
O Partido Republicano Paulista não aceitou a tese porque queria desgastar o Império. E V. Exª sabe que a escravidão cai próxima à queda do Império – a escravidão cai em 88; o Império, em 89. Era argumento para desgastar, talvez, o mais conspícuo dos brasileiros, D. Pedro II. 
Mas, voltando ao Morro da Providência, ele tem mais de cem anos; a Mangueira tem 80! Nós não podíamos permitir que isso continuasse assim. O Prefeito Eduardo Paes, que está fazendo um excelente governo, lançou o cimento social. Está arrumando as casas, colocando telhado. Uma das maiores lástimas do Rio nos hospitais é atender crianças que caem das lajes, soltando pipa. 
Isso não é diferente em São Paulo. A Folha de S. Paulo lançou agora uma matéria há três dias. Sr. Presidente: a cada três dias morre uma pessoa caindo de laje; a dona de casa estendendo roupa; a criança soltando pipa. São mais de 2.500 casos! E o pior é que quando chove na laje empossa água, gerando um criadouro de mosquito da dengue. 
Essas casas precisam de telhado; essas casas precisam ser reformadas. Hoje, aprovamos um empréstimo de US$150 milhões. O Rio tem uma contrapartida pequena. 
Eu quero agradecer ao Senado Federal, como fez Eduardo. Agradecer a Deus. É tão bom quando estamos aqui e podemos dar uma notícia alvissareira, para que o povo das comunidades carentes do Rio saiba que US$150 milhões serão investidos nas comunidades carentes. 
Muito obrigado, Sr. Presidente.