O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Ontem, o Senador Cristovão Buarque foi à tribuna para falar sobre uma iniciativa sua sobre abrir representação parlamentar para brasileiros que se encontram na diáspora.
E eu fiz, Sr. Presidente, um comentário, porque fui Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a imigração ilegal, de que considerava justo porque os brasileiros remetem mais de R$6 bilhões por ano aos cofres brasileiros.
Agora é impressionante o que sai em um jornal tão prestigiado como o Correio Braziliense. Diz o seguinte:
Em aparte, o Senador Marcelo Crivella reclamou do fato de a imprensa ter criticado a Casa por ter aprovado projeto de Cristovam que abre a possibilidade de criação de novas vagas no Congresso, as quais seriam destinadas à representatividade de brasileiros que moram no exterior.
Segundo a redação, eu teria dito isto:
“A imprensa veio dizer que estávamos querendo aumentar os gastos públicos, criando novos deputados. Quero dizer a esses que afirmam que eu, com meu projeto, estou querendo criar ‘boquinhas’, que apenas quatro senadores votaram contra o aumento no número de vereadores”, afirmou Crivella, referindo-se à proposta de emenda constitucional que abre mais cinco mil vagas nas assembléias municipais.
Sr. Presidente, é impressionante como a imprensa, neste caso, a redação do Correio Braziliense consegue criar uma versão irreal, inverídica, injusta de algo que não falei. Essas palavras sobre boquinha, sobre criar cargos, foi do Senador Cristovam Buarque e nada tem a ver com as tais cinco mil vagas nas assembléias legislativas nos Estados.
Sr. Presidente, é impressionante como a imprensa, nesses últimos dias, compreende mal as nossas iniciativas, e até apartes precisam aqui ser gravados.
Sr. Presidente, para concluir, quero dizer que fiz uma nota à imprensa também com relação a matéria publicada no jornal Valor Econômico, no dia de ontem, 6 de abril, sobre o projeto “Cimento Social”, no Morro da Providência.
A afirmação de que foram gastos R$3,6 milhões para construir 30 casas é falsa. Sr. Presidente, onde já se viu se gastar R$3,6 milhões para 30 casas. Isso é um despropósito, despautério, isso é um acinte ao bom senso, à lógica, à razão, aos princípios cristãos, isso é mais do que uma ignomínia, diria que é uma infâmia, uma calúnia. Mas foi isso que foi publicado. E eu preciso esclarecer que a primeira licitação foi realizada para a reforma de 150 casas no valor de R$1,9 milhão, o que daria em torno de R$13 mil por habitação. Mas o Exército fez melhor. Na concorrência acirrada, conseguiu contratar a obra por R$900 mil, R$1 milhão a menos. Não são três e quatrocentos; mas novecentos. Não são 30 casas, são 150.
Pois bem, Sr. Presidente, agora a obra foi embargada pela Justiça e foram recuperadas cerca de 40 casas e o valor medido e pago foi menos de R$400 mil. São informações que podem ser checadas no Ministério do Exército, no Comando Militar, no Tribunal de Contas.
Sobre a atuação do Comando do Exército no Projeto Cimento Social, ela resultou de convênio firmado com o Ministério das Cidades, por determinação do Presidente da República. Aliás, o êxito do EB nas obras de recuperação de estradas brasileiras, na realização da Transposição do Rio São Francisco e na experiência em obras semelhantes, como na missão de paz no Haiti, credencia-o a enfrentar qualquer desafio em obras de infraestrutura.
Por ocasião da última eleição, o Governador Sérgio Cabral declarou, fato noticiado por toda a imprensa, o desejo de realizar as obras do Projeto Cimento Social, como, aliás, vem fazendo, com êxito, de modo semelhante, no Morro Dona Marta. Nesse sentido, participei de diversas reuniões com o Vice-Governador Luiz Fernando “Pezão”.
Por último, louvo o jornal pelo acerto no registro da data de início das obras pelo Governo Federal, que foi em 2007. A Justiça Eleitoral, cegamente, fixou-a em 2008 ao acusá-la de eleitoreira.
Fica aqui, Sr. Presidente, este desabafo de como dois órgãos de imprensa – o Valor Econômico e o Correio Braziliense – podem noticiar coisas tão irresponsáveis em manchetes com letras garrafais. Isso apequena a intelectualidade da imprensa brasileira. Isso nos diminui a todos, Sr. Presidente.
Fica aqui, então, o meu desabafo, a minha tristeza e, mais do que isso, a correção com a leitura de uma nota à imprensa que traz os fatos realmente como são.
Muito obrigado, Sr. Presidente.