Leandro Mazzini   Otávio Leite disse que a revelação é preocupante. Anthony Garotinho o chamou de “deslumbrado”. Marcelo Itagiba, mais crítico, o considera incompetente. Marcelo Crivella lembra que a Holanda, ao liberar, não conseguiu controlar o consumo de drogas, e Fernando Gabeira aponta o cerne da questão na reforma da polícia. As declarações do governador do Rio, Sérgio Cabral, em entrevista ao JB domingo, a favor da liberação das drogas – desde que haja um pacto internacional, frisou – despertaram os seus adversários. Os opositores aproveitaram a polêmica para trazer o assunto ao debate eleitoral, a menos de um ano da campanha para o governo do estado. – A declaração do governador é muito preocupante. Porque até pouco ele mencionava a maconha. Agora ele pluraliza. Aonde quer chegar? – critica o deputado federal Otávio Leite (PSDB). – É preciso trabalhar a cabeça das novas gerações. O combate se dá pela consciência, não no consumo. Esse é o desafio.  Para o federal Fernando Gabeira (PV), o foco deve ser investimento na inteligência da segurança pública. – É legítimo ter a posição dele, mas o tema é muito difícil de ser debatido – comentou Gabeira.  – É mais prudente uma ponte entre os dois lados, o que quer legalizar (as drogas), e o q não quer, e isso passa por uma reforma da polícia. Sem isso, não tem condições nem de reprimir, porque fracassa; e nem de liberar, porque não se terá o controle.

Segurança

Ex-secretário de Segurança Pública do Rio, o federal Marcelo Itagiba, também delegado da PF e recém saído do PMDB de Cabral para o PSDB, foi mais duro: – A defesa pela liberação do consumo só é feita por aqueles que são incompetentes para combatê-las – criticou o deputado. – Em relação a governos anteriores, o atual governo apreende menos drogas r armas, e faz menos prisões – completa Itagiba, que destaca estar embasado em números das gestões da segurança. O Senador Marcelo Crivella (PRB) lembrou que o caso da Holanda, país europeu que tem política de liberação do consumo: – Os resultados lá foram catastróficos. Se dessem certo, todos os países já estavam debatendo o assunto.  Maior crítico de Sérgio Cabral Filho, o ex-governador Anthony Garotinho, que por ora deseja disputar o Palácio Guanabara novamente, foi sucinto e irônico: – Prefiro resumir a entrevista em uma só palavra: ele é um deslumbrado. PT e PMDB Pré-candidato do PT ao governo do estado, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, procurado pela reportagem, preferiu não comentar sobre o assunto. Mas destacou que, sobre as declarações de Cabral a respeito de suas boas ligações com o PT, o partido deve decidir só domingo o seu rumo na campanha do ano que vem, em eleições internas.

Fonte: Jornal do Brasil