O Senado celebra nesta segunda-feira (19), em Plenário, os 150 anos de aniversário da Igreja Presbiteriana do Brasil, estabelecida no centro do Rio de Janeiro, ao tempo em que o Catolicismo ainda era a religião oficial do país. Em janeiro de 1862, o segundo andar de um prédio na Rua Nova do Ouvidor, 31, foi o local em que o missionário Ashbel Green Simonton (1833-1867) recebeu a confissão de fé de duas pessoas e declarou organizada a Primeira Igreja Presbiteriana do Brasil.
A instituição evangélica, de tradição calvinista, é marco do presbiterianismo no país e pertence à família das igrejas reformadas ao redor do mundo. Sua origem remonta à Reforma Protestante, fruto do rompimento do sacerdote agostiniano alemão Martinho Lutero (1483-1546) com a Igreja Católica, em 1517. Contemporâneo de Lutero, o teólogo Ulrico Zwinglio (1484-1531) também inspirou na Suíça um movimento religioso de reforma, que ganhou corpo e se espalhou sob a liderança do teólogo francês João Calvino (1509-1564), autor das Institutas (tradução do latim Institutio Christianae Religionis).
Em maio de 1867, portanto cinco anos após sua criação, a Igreja Presbiteriana do Brasil passou a se reunir no Campo de Santana, também no centro do Rio, em imóvel hoje de propriedade do Corpo de Bombeiros. Ali funcionava o salão de cultos, uma escola de alfabetização de adultos e um depósito de livros. No local tiveram aulas os primeiros ministros presbiterianos brasileiros.
Em 1870, foi encontrado o endereço definitivo da catedral – na atual Rua Silva Jardim, 23 -, mas o local, comprado por 13 contos de réis, não pôde abrigar um prédio com arquitetura litúrgico-religiosa, por força da Constituição do Império, que dava status oficial à Igreja Católica Apostólica Romana. “Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do templo”, dizia naquele tempo a Carta Magna. Mesmo assim, um culto solene inaugurou, em 1874, o primeiro templo presbiteriano do Brasil. O prédio, porém, não tinha as feições de uma catedral.
Já durante a República, os presbiterianos se mobilizaram para construir seu templo. Depois de quase 14 anos de construção, a Catedral da Igreja Presbiteriana do Brasil, com estilo neogótico, foi finalmente inaugurada em 1934.
A IPB funciona como uma federação de igrejas, que têm em comum a história, a forma de governo, a teologia e o padrão de culto e de vida comunitária. Ao longo do século passado, várias outras instituições presbiterianas foram surgindo a partir da instituição de 150 anos. Dentre elas, a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (1903), com sede em São Paulo; a Igreja Presbiteriana Conservadora (1940), também de São Paulo; a Igreja Presbiteriana Fundamentalista (1956), com sede em Recife; a Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil (1975), com sede em Arapongas, no Paraná; e a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (1978), com sede no Rio de Janeiro.
O requerimento para a homenagem, marcada para as 11 horas desta segunda-feira, foi apresentado pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). De acordo com o senador, a homenagem constitui “singelo reconhecimento do Senado da República aos 150 anos do presbiterianismo no Brasil”. Ele salienta que a atuação dos presbiterianos “não se limita a prestar a essencial assistência religiosa, mas também a de atuar de forma valorosa em várias causas sociais, maiormente aquelas em prol dos mais desfavorecidos”.
Da Redação / Agência Senado