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O senador Marcelo Crivella foi à tribuna do Senado Federal, nesta segunda-feira (23), prestar homenagem e apoio às mulheres brasileiras que sofrem com a violência em nosso país. Em seu discurso, o senador parabenizou e leu o artigo “Saúde mete a colher”, publicado hoje no jornal O Globo, da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ligia Bahia.

“Violência contra as mulheres é um problema de saúde pública e clínico, de proporções epidêmicas, bem como uma brutal violação dos direitos humanos. Destaca-se a preocupação com as violências, de tipo doméstico, em geral perpetrada por parceiros íntimos. São, reconhecidamente, situações de longa duração e resultam em queixas de dor, perda de memória, tontura, transtornos mentais, ideação suicida, abortamentos, doenças sexualmente transmissíveis, entre outros problemas”, leu o senador.

Crivella destacou ainda a importância de os políticos lutarem em favor das mulheres brasileiras, que por anos sofrem com todo o tipo de violência. “Nós, no Parlamento, não podemos nos calar, nem recuar quando se trata de defender os direitos das mulheres. Mulheres que, nos cinco séculos que marcam a nossa evolução econômica, social, política, cultural, sempre, neste País, foram discriminadas”, enfatizou.

Para o senador, o assunto é também uma questão de saúde pública, é preciso discutir temas como esses, ajudando na construção da cidadania do Brasil e não aceitar retrocessos nos direitos. “Não quero acusar ninguém, mas quero tratar de saúde pública. Sou pai e tenho duas filhas, me sentiria extremamente constrangido se visse minhas filhas sofrerem agressão e, depois, terem que vir a público para tentar isentar aqueles que agrediram. Como pai e como marido, tenho o dever de subir a essa tribuna para defender as mulheres do meu Estado e do Brasil e dizer a elas que cada vez que, como a nossa professora Ligia Bahia, erguerem a voz em defesa delas próprias, estarão nos ajudando a construir a cidadania deste País”, destacou.

Crivella acrescentou que muitas mulheres brasileiras sofrem o constrangimento moral de apoiar seus agressores. “Nós não podemos nos calar quando uma figura pública, não importa quem seja, agride sua esposa a socos e pontapés, de maneira violentíssima, inclusive, diante do filho. E aí, por um conluio de interesses políticos, por ambições eleitorais desmedidas, insaciáveis, cala-se e relega-se o direito das mulheres ao silêncio”, ressaltou o senador na tribuna do Plenário.  

Ao final, o senador agradeceu a autora do artigo, por sua coragem e luta em defesa das mulheres. “Parabéns, professora Ligia Bahia. A senhora hoje nos redimiu a todos com o seu discurso publicado no Jornal O Globo, e, com palavras muito bravas e bem colocadas, faz uma defesa – eu diria – à altura da bravura e da coragem moral da mulher brasileira.”